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Complexos da Penha e Alemão, tidos como ‘QG do CV’, distribuem 10 toneladas de droga por mês no RJ, diz Polícia Civil

Polícia do RJ faz balanço da megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha Os traficantes dos complexos da Penha e Alemão, região apontada pelo secret...

Complexos da Penha e Alemão, tidos como ‘QG do CV’, distribuem 10 toneladas de droga por mês no RJ, diz Polícia Civil
Complexos da Penha e Alemão, tidos como ‘QG do CV’, distribuem 10 toneladas de droga por mês no RJ, diz Polícia Civil (Foto: Reprodução)

Polícia do RJ faz balanço da megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha Os traficantes dos complexos da Penha e Alemão, região apontada pelo secretário de Polícia Civil como 'QG' do Comando Vermelho no Brasil, são responsáveis pela distribuição de 10 toneladas de drogas para outras comunidades dominadas pela mesma facção criminosa no estado. Além das drogas, os criminosos também entregariam de 50 a 70 fuzis para comparsas mensalmente. “Os complexos da Penha e do Alemão se tornaram centros de distribuição de armas e drogas para outros complexos do Rio de janeiro, como o Complexo do Salgueiro, Jacarezinho, Complexo da Maré, Manguinhos, Mandela, entre outras comunidades", afirmou Curi. "Chegam em torno de 10 toneladas de drogas por mês nessas comunidades, que são depois são redistribuídas para estes outros complexos de favelas. E depois são negociados, nestes complexos, cerca de 50 a 70 fuzis por mês que chegam a esse complexo e são distribuídos para outras comunidades do Rio de Janeiro", completou o secretário. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Felipe Curi, secretário de Polícia Civil, e Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro Reprodução/ TV Globo A declaração foi dada em uma entrevista na última sexta-feira (31). A megaoperação na região que culminou na megaoperação que terminou com 121 mortos na última terça-feira (28) identificou os complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, como sendo o centro de poder do Comando Vermelho não apenas no estado, mas em todo o país. Felipe Curi afirma que a facção criminosa se expandiu nacionalmente nos últimos 15 anos, em comparação com a operação para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). “Os complexos da Penha e do Alemão, até a retomada e ocupação, em 2010, eram o QG do Comando Vermelho apenas no Estado do Rio de Janeiro. Essa constatação de hoje mostra que os complexos da Penha e do Alemão passaram a ser o QG do Comando Vermelho em nível nacional”, afirmou Curi. Segundo o secretário, a região é o "principal centro decisório do Comando Vermelho". “São desses complexos que partem as ordens, decisões e diretrizes dessa facção para todos os outros estados nos quais a facção tem atuação, praticamente todos no Brasil”, disse o secretário. O secretário afirmou que a região é também um centro de formação de criminosos que atuarão em vários pontos do país. “São nos complexos da Penha e do Alemão que são feitos treinamentos de tiro, tática de guerrilha, manuseio de armamento, computação desses marginais que vem de fora do estado para serem ‘formados’ aqui e retornarem aos estados de origem para implementação da cultura da facção na origem. É público e notório o que está acontecendo na Bahia, no Ceará, no mato Grosso, no pará, em Manaus e outras cidades e estados do Brasil”. Nomes Dezenas de corpos são levados por moradores para praça no dia seguinte a operação no Rio PABLO PORCIUNCULA / AFP Parte da lista com os nomes de mortos na megaoperação da polícia do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão também foi divulgada. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Dos 117 suspeitos mortos na Operação Contenção, 109 foram identificados até a noite de sexta-feira (31). Desses, 78 tinham histórico criminal (homicídio, tráfico de drogas, etc), sendo que 42 tinham mandados de prisão em aberto. Entre os chefes mortos estão: DG, chefe do tráfico na Bahia (BA); FB, chefe do tráfico na Bahia (BA); Mazola, chefe do tráfico em Feira de Santana (BA); PP, chefe do tráfico do Pará (PA); Chico Rato, chefe do tráfico em Manaus (AM); Gringo, chefe do tráfico em Manaus (AM); Russo, chefe do tráfico em Vitória (Espírito Santo); Fernando Henrique dos Santos, chefe do tráfico em Goiás (GO); Rodinha, chefe do tráfico em Itaberaí (GO). Entre os mortos identificados, 54 são de outros estados ( 15 do Pará, 9 do Amazonas, 11 da Bahia, 4 do Ceará, 7 de Goiás, 4 do Espírito Santo, 1 do Mato Grosso, 1 de São Paulo e 2 da Paraíba). Segundo Curi, os complexos da Penha e do Alemão passaram a ser o QG do Comando Vermelho em nível nacional, e o centro de decisão para todos os outros estados em que a facção criminosa tem atuação. “A investigação e as informações de inteligência mostram que lá nos complexos da Penha e do Alemão são onde são feitos treinamentos de tiros, para os marginais serem formados aqui e voltarem aos seus estados de origem para disseminar a cultura da facção”, afirmou o secretário. Desde terça, agentes do Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio realizaram uma força-tarefa para identificar os corpos. Além dos 117 suspeitos, 4 policiais, dois civis e dois militares, também morreram na ação. Os corpos dos agentes mortos já foram enterrados. Mais cedo, em uma rede social, o governador Cláudio Castro disse que vai continuar trabalhando. "Nosso trabalho é livrar a sociedade do tráfico, da milícia, de todo aquele que prejudica o nosso direito de ir e vir. Nós continuaremos trabalhando com técnica e respeito à lei, para que a gente possa estar devolvendo o direito de ir e vir", afirmou Castro. Objetivo era desarticular o CV A operação, que envolveu 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, tinha como objetivo desarticular o Comando Vermelho e cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão. A ofensiva resultou em confrontos intensos, especialmente na Serra da Misericórdia, onde dezenas de corpos foram encontrados por moradores e levados até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, para facilitar o reconhecimento. Moradores relatam cenas de horror. “Eu moro aqui há 58 anos. Nunca vi isso. Vai ser difícil esquecer. Essa cena aqui pra mim foi trágica”, disse uma moradora. Outro comparou o cenário a uma catástrofe natural: “A cidade tá igual tragédia, como quando tem tsunami, terremoto, com corpo espalhado em cima do outro”. Principal alvo fugiu O traficantes Edgar Alves de Andrade, o Doca era o principal alvo da operação mas conseguiu escapar do cerco policial. O criminoso é considerado o maior chefe do Comando Vermelho (CV) em liberdade — na hierarquia, ele está abaixo apenas de Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar, ambos presos em penitenciárias federais. Segundo Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Rio, o criminoso usou "soldados" do tráfico para fazer uma barreira e escapar da operação. O Disque Denúncia do Rio oferece R$ 100 mil para quem tiver informações sobre ele. Traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca Reprodução Segundo consta em sua ficha criminal, Doca nasceu em 1970 em Caiçara — há divergências em registros das próprias autoridades se sua origem é Caiçara no Rio Grande do Sul ou Caiçara na Paraíba. Ele entrou para o crime há pelo menos 20 anos. Em 2007, foi preso em flagrante por porte de arma e tráfico de drogas, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio. Balanço da operação Operação com mais de 100 mortos na terça (28/10) mirou o Comando Vermelho nos complexos da Penha e Alemão Reuters 121 mortes, sendo 117 suspeitos e 4 policiais 113 presos, sendo pelo menos um terço de outros estados, como Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Goiás e Pernambuco 10 menores infratores apreendidos 91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver apreendidos 1 tonelada de drogas apreendida

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